5 de jun. de 2016

Ideia #10 - Escolhendo o Que É Certo

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Hoje venho compartilhar com vocês duas ideias de ensino para o hino Escolhendo o Que É Certo, uma das sugestões de hinos para o mês de junho (outras sugestões podem ser encontradas na postagem Hinos - Sacramental Especial 2016). Na verdade, essa é a primeira postagem em que irei compartilhar a ideia retirada o livro A Children's Songbook Companion, traduzida com autorização de uma das autoras. Tenho algumas outras já prontas, mas preciso de tempo para organizar todos os materiais que quero disponibilizar juntamente com os planos de lição.

Primeira Ideia

Essa é a ideia baseada no plano de lição proposto no livro A Childrens Songbook Companion. Algo que achei muito interessante nas propostas de ensino dos hinos deste livro foi justamente o que prezo muito: simplicidade. Às vezes gostamos de complicar coisas que são simples! Quero enfatizar algo muito importante aqui: as crianças aprendem música com mais facilidade CANTANDO. Simples, não? Mas muitas vezes teimamos em fazer com que elas cantem olhando a letra dos hinos, as partituras... não que estes sejam recursos que devam ser proibidos, mas devemos saber a hora para utilizar cada coisa (e isso varia de local para local).

Tenho experiências muito positivas de quando ensinava músicas na Primária sem a utilização das letras dos hinos impressas. Ao focarmos na memorização e na imitação, as crianças interiorizam a música com mais facilidade, bem como seus ensinamentos.

Para que esta postagem não fique extensa, segue abaixo a imagem do plano de lição para o hino. O mesmo se encontra disponível para download no formato pdf, logo abaixo da imagem.


A primeira coisa a se fazer quando vamos nos preparar para ensinar um novo hino é: aprender a cantar este hino, e de preferência decorá-lo (às vezes cometo algumas gafes, troco uma frase por outra... isso é falta de preparação! rsrsrs). Isso nos dará mais segurança ao ensiná-lo às crianças. Outra coisa muito importante é sabermos qual é a mensagem que o hino pretende ensinar através de sua letra. Ao compreendermos tais ensinamentos, poderemos transmiti-los a elas também.

Os materiais necessários são:


  • Para a Atividade Motivadora: uma gravura de Jesus Cristo; a imagem de uma menina e de um menino felizes; pegadas com frases escritas (relacionadas com escolhas que as crianças deverão fazer); cartões com as palavras orar,  e obedecer.

  • Para as Atividades Complementares: símbolo do CTR e distintivo de "Super Cantor".
  Os links para download dos arquivos seguem abaixo:


As atividades complementares são bem interessantes. Esta do "Super Cantor" pode ser também utilizada como revisão para qualquer outro hino que vocês já tenham ensaiado. Gostaria de relembrar algo que já disse em algum lugar anteriormente sobre impressões. Na impossibilidade de imprimir todos esses materiais o que conta é a criatividade! Muitas vezes eu postei coisas maravilhosas aqui e acabei utilizando coisas feitas pelas minhas próprias mãos no ensino dos hinos. Acho interessante colocar aqui algumas ideias, mas não se deixem vencer pelo comodismo de ter tudo na mão, inventem, criem e recriem! ;)

Segunda Ideia

Esta ideia eu retirei do site Sugardoodle, e é uma opção retirada da revista Friend de Agosto de 2003:

Para ensinar "Escolhendo o Que É Certo" (p.82), utilize um objeto pequeno o suficiente que possa ser escondido em sua mão para exemplificar um ensinamento de Jesus Cristo - por exemplo: uma moeda (dízimo), uma semente de mostarda (fé), uma rocha (o homem sábio). Discuta os ensinamentos e como as crianças serão felizes se elas seguirem os ensinamentos do Salvador.

Peça para as crianças se enfileirem contra a parede do fundo da sala. Coloque uma figura do Salvador na parede da frente. Conforme as crianças aprendem a música, elas irão andar em direção à figura (para Primárias maiores, faça com que as crianças movimentem marcadores, como botões ou grãos, de baixo para cima de uma folha de papel com linhas, ao invés de moverem-se fisicamente para a frente da sala).

As crianças escutarão você cantar a primeira frase; depois, elas a cantarão com você. Em seguida, elas irão cantar sozinhas. Se elas cantarem corretamente duas vezes em seguida, todas irão avançar um passo; caso contrário, repita o processo. Faça isso com as próximas frases até que a música seja aprendida por inteiro e as crianças tenham conseguido chegar à parede da frente (ou aos topos de seus papéis). Quando elas voltarem para suas cadeiras, preste o testemunho de que a cada vez que elas fazem uma escolha certa em suas vidas - tais como quando escolhemos fazer o certo e aprendemos a música - elas irão se mover para mais próximo do Salvador.

Espero que gostem das ideias!

Com amor,

3 de jun. de 2016

Como ler partituras: Pentagrama e Claves

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Este é a primeira de uma séries de postagens que farei principalmente para as pessoas que gostariam de compreender um pouco mais a respeito de alguns elementos importantes sobre leitura e escrita musical. Nem todos que são líderes de música possuem conhecimentos sólidos sobre a escrita musical, as propriedades do som, as articulações, os andamentos, as dinâmicas, as fórmulas de compasso, as figuras musicais... Então, para aqueles que olham uma partitura e pensam: é mais fácil aprender grego!, apresentarei especialmente para vocês algumas noções básicas de música necessárias para que possamos compreender uma partitura. Depois de lerem, tenho certeza que o gostinho de ter aprendido algo que achávamos ser difícil será indescritível (e quem sabe não seja um incentivo para começarem a aprender a tocar um instrumento musical?).

Hoje nós iremos aprender:
  • O que é o pentagrama (ou pauta musical)
  • O que são as claves

O Pentagrama e as Claves

A maioria das pessoas já conhece o nome das notas musicais (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si). Entretanto, para que seja possível reconhecê-las somente através de figuras musicais (como a mínima, a semínima, a colcheia, você verá um pouco mais sobre elas em uma próxima postagem), sem depender de nome escrito, utilizamos o pentagrama e as claves como guia.

O Pentagrama

O pentagrama, também conhecido como pauta musical, é constituído de: (1) cinco linhas horizontais e paralelas; e (2) quatro espaços. É por meio dele que reconhecemos a altura musical de uma determinada figura, ou seja, que reconhecemos as notas musicais através de sua posição nas linhas ou espaços (note na figura abaixo que a cabeça de algumas figuras estão ou em cima das linhas ou nos espaços). Algumas notas também podem aparecer fora do pentagrama (em cima ou em baixo), e são notadas (escritas) através da utilização de linhas suplementares superiores e inferiores.
Figura 1 - Linhas e espaços do pentagrama, partes das notas e linhas suplementares
E para saber qual nota corresponde a cada espaço e linha, temos como aliadas as claves: a clave de Sol e a clave de Fá, como as mais conhecidas, e a clave de Dó (na terceira e na quarta linha)¹.

As Claves

As claves são os símbolos que aparecem no início do pentagrama. É interessante saber que este termo, "clave", vem do latim clavis, que significa "chave". Podemos pensar, dessa forma, que as claves são a chave para sabermos decifrar a escrita musical.
Figura 2 - As diferentes claves e as notas indicativas de seu nome
Como vimos na figura 1, as notas podem ocupar qualquer posição no pentagrama e portanto a notação musical é relativa no que se concerne a altura de determinada nota. As claves nos permitem, portanto, identificar onde se localiza uma nota específica (e esta é a nota que dá nome à clave) e a partir dela localizarmos as demais (uma vez que a ordem das notas musicais é sempre a mesma - Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si). As diferentes claves também existem para que a notação destinada a determinados instrumentos ou vozes, que podem ser mais agudos ou mais graves, ou seja, que possuem extensões² diferentes, não dependa unicamente das linhas suplementares. 

Vejamos como é que isso acontece.

A Clave de Sol: tem como base a segunda linha (contada de baixo para cima), indicada pelo início do desenho da clave (o início da pontinha curvada). Ela indica que a nota em cima da segunda linha é a nota Sol. A nota Dó-4, também conhecida como Dó Central, está localizada na primeira linha suplementar abaixo do pentagrama. É utilizada para instrumentos que possuem a tessitura mais aguda.

A Clave de Fá: tem como base a quarta linha (contada de baixo para cima), indicada pela linha que fica entre os dois pontos e pelo início do desenho da clave. Ela indica que a nota em cima da quarta linha é a nota Fá. A nota Dó-4 (Dó Central), está localizada na primeira linha suplementar acima do pentagrama. É utilizada para instrumentos que possuem a tessitura mais grave.

Figura 3 - Claves de Sol e Fá, indicando o Dó Central e também as notas que dão nome às claves (pintadas de preto)
As claves de Sol e de Fá são as mais utilizadas hoje em dia, seja para notação destinada para instrumentos de teclas (como teclado e piano, que utilizam as duas, a clave de Sol normalmente para mão direita e a clave de Fá normalmente para mão esquerda)³, cordas (violiono, violão, violoncelo, contrabaixo), sopro (flauta, clarinete, oboé, fagote), vozes femininas (soprano e contralto) e masculinas (tenor e baixo), entre outros. Como podemos observar na figura 3, conforme as notas sobem no pentagrama, elas são mais agudas, e conforme descem, mais graves. Por exemplo, na figura 3 ainda encontramos quatro notas Fá. A mais aguda é a que se encontra em cima da quinta linha do pentagrama com a clave de Sol. A mais grave, se encontra antes da primeira linha do pentagrama com a clave de Fá.

No piano, estas notas Fá estariam localizados da seguinte forma (clique na imagem para vê-la maior):
Figura 4 - Notas Fá localizadas no piano, tendo como referência o Dó Central
Vejamos agora as claves de Dó.

A Clave de Dó na 3ª ou 4ª linha: tem como base ou a terceira ou a quarta linha (contada de baixo para cima), onde o centro da figura, localizado entre os Cs invertidos, indicam a localização da nota Dó-4 (ver figura 2). É pouco utilizada hoje em dia e em sua concepção tinha como objetivo representar as vozes humanas de tessitura mediana. A clave de Dó na 3ª linha era utilizada para as vozes de contralto (alto) e a clave de Dó na 4ª linha, para as vozes de tenor4. O instrumento que permanece tendo como referência a clave de Dó na 3ª linha é a viola.

Agora que já sabemos o que é o pentagrama, o que são as claves e para quê elas servem, o próximo passo será entender alguns elementos sobre ritmo e métrica. Mas isso fica para a próxima!

Notas                           
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1 Existem outras posições em que as claves de Sol, Fá e Dó podem aparecer. Contudo, serão exemplificadas somente estas quatro por serem as mais utilizadas na notação moderna, ou seja, as que você provavelmente irá encontrar em uma partitura nos dias de hoje.
2 A extensão representa a quantidade de notas que podem ser realizadas em determinado instrumento ou voz humana, compreendendo desde a nota mais grave à mais aguda. A tessitura, por sua vez, compreende o conjunto de notas que são utilizadas com mais frequência e que fazem parte da extensão do instrumento/voz.
3 Normalmente pois estas claves não são destinadas unicamente para indicar uma ou outra mão. Veja, por exemplo, a música Onde Há Amor, em que a mão esquerda deve ser tocada lendo as notas a partir da clave de Sol.
4 A clave de Dó era também utilizada na 2ª linha para as vozes mezzo-soprano.
 

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